Visitar o país vizinho é navegar por riquezas naturais, históricas e culturais, e se encantar com paisagens únicas
| Por Wagner de Alcântara Aragão (texto e fotos), de Curitiba
Foi um passeio da seleção brasileira no Uruguai, na noite desta quinta-feira, 23 de março: 4 a 1 pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. O país é, de fato, um convite ao passeio. Sim, a um passeio, mas estamos a nos referir ao sentido literal da expressão. De modo algum estamos a caçoar dos nossos adversários em campo. Ao contrário, estamos a enaltecer as riquezas geográficas, históricas e arquitetônicas da nação hermana.
Estamos a dizer que vale a pena, vale muito a pena conhecer o pequenino vizinho ao sul.
Ir ao Uruguai é se enriquecer de conhecimento sobre história, sobre nossas raízes sul-americanas, aprender um pouquinho de castelhano, ouvir a sabedoria dos mais velhos que lá gostam de uma boa conversa, e se alimentar de belas paisagens. Ah, e alimentar o estômago também, que a carne, leites e derivados (doces, principalmente) uruguaios são de dar água na boca.
Já cruzamos, por estradas, o território uruguaio, de norte a sul. Em algumas oportunidades, paramos em Punta Del Este e balneários vizinhos, e percorremos, por várias vezes, ruas e rincões de Montevidéu. Consideramos que a melhor época para a viagem é o verão – quente, ensolarado, quando o sol se põe por volta das nove da noite. Ocorre que no inverno, rigoroso e úmido, boa parte das atrações – como as orlas – são desperdiçadas.
Punta Del Este, principalmente, e balneários vizinhos valem por certas peculiaridades. Em Punta, por exemplo, temos o encontro do Oceano Atlântico com o Rio da Prata – um verdadeiro mar, na verdade. Esse abraço das águas forma um cenário único.
Punta Del Este tem também praias bonitas, orlas bem cuidadas, urbanisticamente agradáveis, convidativas a caminhadas e corridas. É, todavia, um lugar de luxo exarcebado. Quem está pouco se lixando pra roupa que veste, pra poses e ostentações do tipo, pode se sentir meio estranho por lá, de modo que um dia já é suficiente para apreciar as belezas da localidade. Os preços elevados de hospedagem (mesmo em hostel) e alimentação igualmente afugentam.
Já a capital, Montevidéu, é aconchego só. A “rambla”, como os uruguaios chamam a extensa orla do Rio da Prata, ou Mar do Prata, é um dos melhores lugares do planeta para apreciar o horizonte, contemplar um por do sol, sem se distanciar das atrações de uma cidade.
Na região da Ciudad Vieja, ateliês, cafés, praças, passeios públicos fazem a gente se envolver com o ritmo de vida da capital; ainda naquela área, o mercado público reúne o melhor dos comes e bebes do país. Os preços são justos – exigem esforço do bolso, todavia são compensados pela boa comida, pelos bons serviços, pelas atrações em geral.
Praças arborizadas e parques completam o leque de opções de passeio. Recomendamos a região do Estádio Centenário, pela história que o lugar guarda, e porque também os arredores possibilitam caminhadas, descanso à sombra de árvores ou simplesmente o não fazer nada. O Estádio Centenário, você deve saber, foi palco da primeira Copa do Mundo da história, em 1930.
Na área externa do Centenário, interessante é o conjunto de estátuas que faz referência ao Maracanazo, o título que a seleção uruguaia tirou de nós, em pleno Maracanã, quando tudo se encaminhava para que, em casa, fôssemos campeões mundiais pela primeira vez, em 1950. No monumento, dois jogadores uruguaios erguem a Taça Jules Rimet, enquanto um brasileiro, de joelhos, chora incrédulo com a tragédia – um trauma muito mais forte que os recentes sete a um tomados da Alemanha.
DE ÔNIBUS
Quem quiser dispensar o avião – pelo preço da tarifa, ou por não ser muito afeito ao modal – tem a opção de chegar ao Uruguai de carro ou de ônibus. De automóvel, há acessos pela BR-163, a Transbrasiliana, que corta o território brasileiro de Norte a Sul, pelo interior do país, e se conecta à Rota 8, do lado do Uruguai. Outra opção é BR-116, que cruza o Brasil do Nordeste para o Sul, e por onde se cruza a fronteira com o país vizinho em Chuí.
De ônibus, as empresas EGA (do Uruguai) e TTL (do Brasil) mantém rotas entre São Paulo e Montevidéu, e entre Porto Alegre e Montevidéu, via Punta Del Este. Ambos os serviços são relativamente confortáveis; o trajeto é também bastante confortável e seguro.
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