São mais de 1.300 atividades, entre os dias 13 (terça) e 17 (sábado de março), na UFBA e em outros pontos da capital baiana
Com o tema central “Povos, Territórios e Movimentos em Resistência”, e o slogan “Resistir é criar, resistir é transformar”, o Fórum Social Mundial (FSM) de 2018 deve ser um evento de resistência contra os retrocessos e os ataques à democracia no Brasil.
Criado em 2001, em Porto Alegre, o FSM 2018 será realizado entre terça (13) e sábado (17), em Salvador. A programação é vasta e diversificada.
O evento terá como território principal o Campus de Ondina, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), além de outros locais da capital baiana, como o Parque do Abaeté, em Itapuã, e o Parque São Bartolomeu, no Subúrbio Ferroviário da cidade.
Segundo os organizadores, são esperadas cerca de 60 mil pessoas, de 120 países, reunidas para debater e definir novas alternativas e estratégias de enfrentamento ao neoliberalismo, aos golpes e genocídios que diversos países enfrentam na atualidade.
Com mais de 1.500 coletivos, organizações e entidades cadastradas, e em torno de 1.300 atividades autogestionadas inscritas, o Fórum Social Mundial reunirá representantes de entidades de países como Canadá, Marrocos, Finlândia, França, Alemanha, Tunísia, Guiné, Senegal, além de países sul-americanos e representações nacionais.
- Confira aqui todos dos detalhes do Fórum Social Mundial em Salvador no site oficial do evento
- A agenda completa do Fórum, bem como a cobertura, também no site da UFBA
Entre as presenças confirmadas estão a dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, Fernando Lugo, do Paraguai, e José Mujica, do Uruguai.
Também participarão o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, a militante indígena e pré-candidata à vice-presidência pelo Psol Sônia Guajajara, a presidente da Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM), Lorena Peña, e o filósofo do Congo Godefroid Ka Mana Kangudie.
Participarão ainda das atividades do FSM Abdellah Saaf, ex-ministro da Educação de Marrocos; Eda Duzgun, liderança das mulheres curdas; Sara Soujar, do Movimento de Combate ao Racismo e Xenofobia do Norte de Marrocos; Mamadou Sarr, militante da Mauritânia para defesa dos negros; e Gustave Massaih, membro fundador do movimento de Maio 68, na França, entre dezenas de outras lideranças e ativistas internacionais.
PARA PARTICIPAR
Para participar das atividades, houve um período de inscrição pela internet. Mas atos como marchas, manifestações e feiras abertas ao público têm participação de qualquer interessado em se envolver com o propósito difundido pelo Fórum Social Mundial.
Confira alguns dos eventos programados:
Terça, 13
Já tradicional desde o primeiro FSM, o evento deste ano se inicia na terça, a partir das 15h, com a Marcha de Abertura. O percurso sairá da praça do Campo Grande, passando pela Avenida Sete, até a Praça Castro Alves, conhecida como “Praça do Povo”, palco de grandes manifestações de luta e resistência baiana. Ali será montado um palco para apresentações culturais, performances artísticas e musicais.
No mesmo dia, às 11h, integrantes do Coletivo Brasileiro do Fórum Social Mundial 2018 e do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial darão uma coletiva de imprensa.
Quarta, 14
Pela manhã será realizado o Tribunal contra os Despejos, na Faculdade de Arquitetura da UFBA.
Às 9h, ocorre o Tribunal Popular para Julgamento dos Crimes de Feminicídio contra as Mulheres Negras, no auditório do IFBA; à tarde, a partir das 14h, Marcha das Mulheres Contra o Racismo, com concentração no Largo do Campo Grande; no mesmo horário será realizada a Assembleia Mundial da Juventude, no Acampamento Intercontinental das Juventudes, que será montado no Parque de Exposições de Salvador.
Quinta, 15
Às 17h, ato em Defesa da Democracia, no Estádio de Pituaçu, com as presenças dos ex-presidentes Lula, Dilma, Lugo (Paraguai) e Mujica (Uruguai).
Sexta, 16
Assembleia Mundial dos Povos, Movimentos e Territórios em Resistência, às 14h, no Acampamento dos Povos Indígenas, no Centro Administrativo da Bahia
Sábado, 17
Pela manhã, será realizada a Ágora dos Futuros, com a apresentação dos resultados das atividades do FSM, na Praça das Artes, campus de Ondina da UFBA.
SOBRE O FÓRUM SOCIAL MUNDIAL
O Fórum Social Mundial é uma iniciativa da sociedade civil organizada. O evento nasceu em Porto Alegre, em 2001, para promover o encontro democrático, plural e de resistência com o objetivo de incentivar debates, aprofundar a reflexão coletiva, troca de experiências e a constituição de coalizões e de redes entre os movimentos da sociedade civil e organizações comunitárias que se opõem ao neoliberalismo e ao domínio do capital.
O FSM tem sido realizado a cada dois anos. O último foi realizado no Canadá, em 2016.
Nos intervalos entre uma e outra edição, fóruns temáticos descentralizados e autônomos são realizados para dar seguimento às articulações e reflexões críticas nos diferentes países e regiões.
[Ano passado, por exemplo, foi realizado em Santos o I Fórum Social da Baixada Santista, do qual a Rede Macuco participou, por meio de palestra do editor geral, Wagner de Alcântara Aragão, sobre democratização das comunicações (relembre aqui)].
Imagem em destaque: foto oficial de divulgação do FSM 2018
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