Pesquisas recentes atestam: atividades físicas combatem Alzheimer

Exercícios, lazer e mesmo eventos de convívio social que estimulam movimento e músculos ajudam a reverter falhas na memória e a preservar funções cognitivas

Por Wagner de Alcântara Aragão (@waasantista)* | De Curitiba (PR)

Estudos desenvolvidos por instituições públicas de pesquisas do Brasil, divulgados do começo do ano para cá, confirmam a importância de atividades físicas (exercícios, lazer, eventos de convívio social) para o tratamento de idosos com o Mal de Alzheimer.

Um desses estudos, da Universidade de São Paulo (USP) em conjunto com a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, mostra que essas atividades ajudam a preservar funções de entendimento da realidade e a retardar a perda de memória.

Os estímulos promovidos por essas atividades – não necessariamente apenas exercícios físicos, como também atividades de lazer ou convívio social – “promovem mudanças morfológicas e funcionais no cérebro, que protegem o órgão de lesões que causam as perdas cognitivas”.

O estudo foi publicado na revista especializada Frontiers in Aging Neuroscience, e recebeu apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

O outro trabalho, do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apontou que um hormônio liberado pelos músculos durante exercícios físicos (o hormônio irisina) auxilia para reverter falhas na memória causadas pelo Alzheimer.

O hormônio irisina melhora a comunicação entre os neurônios, preservando as sinapses (comunicação, contato entre os neurônios). O hormônio também impede que toxinas responsáveis pelas alterações neurodegenerativas, que levam ao desenvolvimento da doença, se liguem aos neurônios.

O pesquisador Rudimar Luiz Frozza, da Fiocruz, acrescenta, em entrevista à Agência Fiocruz: “Descobrimos que a irisina promove, ainda, alterações químicas dentro dos neurônios que protegem o cérebro contra a perda da capacidade de armazenar informações e também ajuda a restaurar a memória perdida com o avanço da doença”.

A pesquisa, liderada por Fernanda De Felice e Sérgio Ferreira (ambos da UFRJ), conta com a participação de outras instituições brasileiras, além de cientistas do Canadá e Estados Unidos. Os resultados identificados foram publicados no periódico científico Nature Medicine.

Imagem em destaque: eventos de convívio social que geram movimento são aliados. Foto de Marcello Casal Jr./Agência Brasil

* Com informações de Camila Maciel (Agência Brasil) e Lucas Rocha (Fiocruz)


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