Tradicional evento tem a 11ª edição entre os dias 15 a 17 de agosto. Além das apresentações artísticas, haverá debates
Por Wagner de Alcântara Aragão (@waasantista) | De Curitiba (PR)
Patrimônio cultural imaterial registrado pelo Iphan desde 2012, o fandango caiçara terá seu tradicional festival exclusivamente pela internet, neste ano.
Deste sábado, dia 15, até segunda-feira, dia 17, ocorre a 11ª Festa Nacional do Fandango Caiçara de Paranaguá, com programação que inclui apresentações de diversos grupos e debates e reuniões sobre cultura e sobre a preservação desse patrimônio.
A transmissão das atividades se dará pela página do evento no facebook: Fandango Paranaguá.
Confira a programação:
De acordo com o Iphan [Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, órgão público federal], o Fandango Caiçara tem maior concentração entre o litoral sul de São Paulo e o litoral norte do Paraná.
Entretanto, há recorrência também no litoral norte paulista e na costa sul do Rio de Janeiro (região de Parati, principalmente).
“[O fandango caiçara] possui uma estrutura bastante complexa e se define em um conjunto de práticas que perpassam o trabalho, o divertimento, a religiosidade, a música e a dança, prestígios e rivalidades, saberes e fazeres”, informa o Iphan.
Algumas características, ainda segundo o órgão de preservação:
- O fandango caiçara se classifica em batido e bailado ou valsado, cujas diferenças se definem pelos instrumentos utilizados, pela estrutura musical, pelos versos e toques.
- Nos bailes, como são conhecidos os encontros onde há fandango, se estabelecem redes de trocas e diálogos entre gerações, intercâmbio de instrumentos, afinações, modas e passos viabilizando a manutenção da memória e da prática das diferentes músicas e danças.
- O fandango caiçara é uma forma de expressão profundamente enraizada no cotidiano das comunidades caiçaras, um espaço de reiteração de sua identidade e determinante dos padrões de sociabilidade local.
- O fandango para os “sitiantes-caiçaras”, se apresentava como o espaço da “reciprocidade”, onde o “dar-receber-retribuir” constituía a base de suas socialidades, marcada pelas dimensões familiares, de compadrio e vizinhança.
O Iphan acrescenta:
“Tal qual é vivenciado atualmente, nesta região, resultou de um específico processo histórico-social consolidado, sobretudo, a partir do final do século XIX, com a formação dos núcleos de povoamento chamados “sítios”. A partir dos modos de vida configurados nesses espaços, o fandango adquiriu seus contornos, estando ligado a atividades rurais baseadas na roça, na pesca e no extrativismo.”
Imagem em destaque: um dos registros dos bailes. Foto: Iphan
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