Rico em nutrientes, inhame é coringa para quem não consome produtos de origem animal

Em sucos, em receitas salgadas, em sobremesas… São várias as opções, conforme explicam duas especialistas no tubérculo


Por Pedro Stropasolas e Sarah Fernandes, do Brasil de Fato | De São Paulo (SP)

Ingrediente ancestral, originário da Ásia, o inhame é um coringa entre os veganos e os amantes de receitas saudáveis.

Isso porque ele reúne diversos nutrientes fundamentais para a saúde e ainda possuí uma consistência cremosa, ótima para substituir alimentos processados em receitas doces e salgadas, como requeijão e creme de leite.

Muito versátil, ele ainda pode ser usado cru na preparação de tortas e bolos.

O tubérculo tem origem na Índia, foi levado para a África e veio ao Brasil a bordo dos navios portugueses que chegavam ao Nordeste trazendo pessoas escravizadas. E é justamente nos estados da região que o alimento é mais comum. Cada vez mais, ele tem conquistado paladares em diversos locais do país.

“Você pode utilizar em sucos, que é bom para a imunidade, e em receitas salgadas porque ele serve como um espessante por ter tem uma cremosidade natural. E tem algumas receitas de sobremesa a base é o inhame, nas quais você não percebe que aquilo não foi feito com creme de leite”, diz a chef de cozinha Marina Soares.

“Ele é um tubérculo muito rico em fibras e sais minerais. Ele é rico em vitamina C, então ele ajuda na imunidade, e é um dos tubérculos que mais tem vitaminas do complexo B, que geralmente são encontrados em proteína animal.”

Quem também aposta no inhame como base das receitas é a cozinheira profissional Tereza Paim, que é especializada em culinária baiana, principalmente em pratos ligados aos terreiros de Candomblé. Para ela, a culinária afro-baiana é uma comida de resistência e a que mais está presente no imaginário coletivo quando se fala em alimentação e representatividade.

“Ele chegou aqui para o Brasil pelos africanos e dos portugueses, porque é um ingrediente resistente. Se você tem um inhame hoje plantado e já está no ponto de retirar, ele pode ficar mais um ano embaixo da terra sem problemas”, explica a cozinheira, que utiliza o inhame como base do vatapá, sua especialidade. “Cozinhou o inhame, botou castanha de caju, amendoim, camarão seco defumado, tritura tudo com cebola, o alho, leite de coco e dendê e tá feito seu vatapá”.

REQUEIJÃO

Quem quiser aproveitar esse ingrediente típico da culinária de resistência brasileira, pode conferir a receita de requeijão vegano da chef Marina. “É uma receita super versátil, muito simples e barata”.

O requeijão pode ser usado para comer no pão ou na torrada ou na preparação de recheios. Ele dá cremosidade para imitar, por assim dizer, o famoso catupiry.

Clique aqui para acessar a receita.


Imagem em destaque: detalhe de inhames. Foto de Felipe Barra/Embrapa.




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