Patinho Feio, computador pioneiro do Brasil, faz 50 anos

Equipamento foi desenvolvido na Escola Politécnica da USP; iniciativa deixou legado para a indústria digital brasileira


Do Jornal da USP | De São Paulo (SP)

O primeiro computador desenvolvido pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), o Patinho Feio, completa 50 anos.

Desenvolvido em 1972 pelo Laboratório de Sistemas Digitais do Departamento de Engenharia Elétrica, a ideia de sua construção surgiu em uma disciplina da pós-graduação em Engenharia Elétrica, que na época englobava também a computação.

O Patinho Feio é apontado como o marco inicial do desenvolvimento da indústria digital brasileira.

O professor do Departamento de Engenharia de Telecomunicações da Escola Politécnica, José Roberto Castilho Piqueira, ressalta que o importante é lembrar que o surgimento do computador está ligado à disposição de alunos do curso da Engenharia em construí-lo: “Era um grupo muito coeso de gente jovem e voltada para o trabalho em equipe”.

Hoje existe a tendência à miniaturização, na qual os componentes dos computadores são todos produzidos em larga escala.

Antes, porém, não existiam circuitos integrados nem a memória estado sólido  (conjunto de circuitos integrados que armazenam dados, elementos essenciais para o bom e rápido funcionamento dos computadores).

REVOLUÇÃO

Os microprocessadores, conta o professor, apareceram no início da década de 70 e revolucionaram as operações, deixando-as mais rápidas.

“A construção foi muito importante para o desenvolvimento tecnológico, tanto das pessoas que estavam trabalhando naquilo como na geração de spin-offs: pessoas que foram saindo, formando outras e trabalhando dentro dessa área da eletrônica e das telecomunicações”, ressalta o docente.

LEGADO

A iniciativa dos alunos daquela época acabou deixando um importante legado à Escola Politécnica e ao desenvolvimento de atuais pesquisas e tecnologias.

O primeiro computador construído foi a semente para outro, o Computador G-10.

Impulsionado pela Marinha de Guerra, que precisava da tecnologia para o programa de nacionalização de eletrônica de bordo, o Computador G-10 acabou se tornando o ponto de partida para o desenvolvimento do primeiro computador comercial brasileiro.

O curso de Engenharia da Computação da Escola Politécnica foi consolidado e surgiu por conta da construção do Patinho Feio.


Imagem em destaque: foto do Patinho Feio, em 1972. Foto de Kenji/AE/Divulgação Jornal da USP




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