Líder camponesa, protagonista do documentário “Cabra marcado para morrer”, de Eduardo Coutinho, fez aniversário dia 13. Ela mora na Paraíba
Por Polyanna Gomes, do Brasil de Fato Paraíba | De João Pessoa (PB)
Na última segunda-feira, 13 de fevereiro, Elizabeth Teixeira, a líder camponesa e símbolo de resistência em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras do campo, celebrou seus 98 anos de vida.
Elizabeth Teixeira é memória viva da história das Ligas Camponesas no estado da Paraíba.
Desde a morte de seu companheiro, João Pedro Teixeira, militante das Ligas Camponesas e fundador da Liga de Sapé (PB), que ela passou a ser a identidade e a força para a trajetória de milhares de camponeses e camponesas por esse país em busca de respeito, direitos garantidos e vida.
Em uma de suas entrevistas recentes ao Brasil de Fato, ela fez questão de enfatizar e reforçar o apoio pela luta camponesa, “eu penso que a luta pela terra tem que continuar no Brasil até que todos tenham esse direito”, afirmou Elizabeth.
Wyliana Teixeira é neta de Elizabeth. Para ela, sua avó é uma “heroína de carne e osso”.
“Ela é nossa mãe terra e me ensinou tanto com sua luta por justiça e igualdade; tenho certeza que sua trajetória nesses anos de existência e luta sempre será lembrada. Impossível falar de luta pela terra sem lembrar da minha heroína, sem lembrar de Elizabeth Teixeira. Viva Elizabeth Teixeira!”
Já Alane Lima, presidenta do Memorial das Ligas e Lutas Camponesas, afirma que Elizabeth é a referência maior de luta viva e resistência para todos que compõe o memorial.
“Ela é nossa matriarca, é a mulher que nos ensina que mesmo em dura realidade a gente precisa continuar a lutar com amor aos companheiros e companheiras, acreditando que é possível. Ela não desistiu e, por isso, é uma mulher de fato marcada para viver.”
HOMENAGENS
Elizabeth Teixeira também recebeu homenagens de diversos movimentos sociais.
Dentre eles, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) da Paraíba.
Pelas redes sociais, o movimento parabenizou a líder camponesa chamando-a de “honrada companheira de luta”.
A deputada estadual Cida Ramos (PT) escreveu um texto para Elizabeth pontuando sua história como resistência na luta campesina.
“Quero hoje parabenizar um dos maiores símbolos de resistência em nosso país, ela que admiro e é fonte inesgotável de inspiração para seguirmos lutando pela garantia dos direitos de trabalhadoras e trabalhadores do campo e por um Brasil melhor.”
Elizabeth Teixeira é protagonista do documentário “Cabra marcado para morrer”, de Eduardo Coutinho.
A produção teve início dos anos 1960, abordando o assassinato de João Pedro Teixeira.
As filmagens, contudo, foram interrompidas por causa do golpe militar de 1964.
Apenas em 1980, Coutinho decidiu finalizar a produção, partindo à procura dos personagens – muitos ficaram clandestinos durante a repressão do governo ditatorial.
A busca por Elizabeth Teixeira, viúva de João Pedro, e seus dez filhos, dispersados por causa do golpe, é um dos nortes tomados pelo cineasta na condução da obra.
Imagem em destaque: desenho do artista Schico Chico em homenagem a Elizabeth Teixeira
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2 comentários sobre "Elizabeth Teixeira, 98 anos: uma mulher marcada para viver"