Estudo da Universidade Federal Fluminense trabalha na produção de um componente para restaurar o formato do dente e impedir a proliferação das bactérias causadora da doença
Por Ana Carolina Ferreira, da UFF | De Niterói (RJ)
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cárie é a segunda doença mais comum no mundo, afetando cerca de dois terços de toda a população. Ela é composta por bactérias que produzem um ácido destruidor do esmalte dos dentes, e sua aparição está relacionada à má higiene bucal e ao alto consumo de açúcar.
Com o intuito de diminuir os efeitos da doença, o professor Eduardo Moreira da Silva, do Departamento de Odontologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), desenvolve uma pesquisa cujo objetivo é produzir um material compatível com a biologia humana que não apenas restaura o formato do dente, mas previne a proliferação da cárie.
RESULTADOS PROMISSORES
Segundo o professor, os resultados do estudo são promissores.
“Temos trabalhos publicados nas revistas científicas Science Direct e Journal of Applied Oral Science, de circulação internacional com alto impacto na comunidade científica, mostrando a eficácia dos materiais desenvolvidos no laboratório da universidade (Laboratório Analítico de Biomateriais Restauradores – LABiom-R)” declara.
O docente pesquisador continua: “Os materiais restauradores desenvolvidos pelo grupo de pesquisa mostraram eficácia, em laboratório, ao evitar o desenvolvimento de lesões de cárie. Isso abre a possibilidade de produção de novos materiais restauradores ativos no combate à cárie”.
PARA DAQUI ALGUNS ANOS
A perspectiva é a de que, em alguns anos, seja possível aplicar o material remineralizante na boca humana.
“A ideia é utilizar o resultado de laboratório para uma aplicação clínica. A aplicação seria similar aos aparelhos ortodônticos: faríamos uma simulação de dentes cariados e aplicaríamos os materiais restauradores na boca. Então, acompanharíamos o processo para verificar a eficácia do produto contra o desenvolvimento de novas cáries”, informa.
O docente explica que a cárie resulta de um processo de dissolução dos tecidos do dente.
“A bactéria”, afirma ele, “produz um ácido e ele dissolve as estruturas dentárias muito lentamente. Após certo tempo, o resultado é a cavitação e, ao chegar nesse estado, é necessário restaurar com algum material. A grande maioria dos materiais que temos disponíveis hoje, em nível mundial, são inertes. Simplesmente fecham aquela cavidade e estabelecem o contorno, a anatomia do dente, mas não repõem os minerais perdidos no processo e não colaboram na prevenção de cáries futuras, e esse é o propósito do estudo”.
Imagem em destaque: registro de tratamento dentário. Foto: divulgação UFF
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