TV box pirata vira minicomputador para escolas do Ceará

Projeto adapta dispositivos apreendidos pela Receita, utilizando-se de software livre (sistema operacional Linux); ação é desenvolvida pela universidade federal no estado


Da Universidade Federal do Ceará (UFC) | De Fortaleza (CE)

Uma comitiva da Universidade Federal do Ceará (UFC) apresentou à Receita Federal uma solução tecnológica para dar uma destinação correta aos receptores de TV box piratas, apreendidos pela instituição.

Trata-se de um projeto de extensão desenvolvido na Faculdade de Educação da UFC, o qual transforma aquelas caixinhas em minicomputadores para uso escolar.

A adaptação foi aplicada em 800 equipamentos doados pela própria Receita Federal.

Os dispositivos serão distribuídos a escolas públicas de Fortaleza e região.

De acordo com o professor Alex Sandro Sant’Ana, da UFC, 20 minicomputadores já foram entregues a uma escola municipal de Caucaia, e mais 20 chegarão a outro estabelecimento de ensino na mesma cidade.

“Depois de transformar em miniPCs, as escolas compram um adaptador e utilizam teclados e monitores [em bom estado] que estavam em desuso”, explica o professor.

SOFTWARE LIVRE

Utilizando o sistema operacional Linux [software livre], os minicomputadores têm capacidade de armazenamento de até 8 gigabytes, entradas USBs e conexão de internet via wi-fi.

“É possível rodar jogos educativos, editores de textos e planilhas, e navegador de Internet”, enumera o pesquisador.

Ao fim da apresentação dos equipamentos, ficou acertado que o docente vai elaborar uma proposta de formalização de parceria entre a UFC e a Receita Federal, para que o projeto tenha continuidade.

SOBRE O TV BOX

O receptor de TV box é um dispositivo que se conecta à internet e é capaz de permitir o acesso a aplicativos streamings.

Por serem equipamentos de comunicação que se conectam a provedores de internet para envio e recepção de informações, eles devem ser homologados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Os equipamentos que não são certificados são considerados piratas e, portanto, ilegais e alvos de apreensão por parte da Receita Federal.


Imagem em destaque: um dos receptores transformados em minicomputador. Foto: Ribamar Neto / divulgação UFC




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