Ameaçada de extinção, ave tem na região amazônica do Pará seu principal habitat. Projeto busca garantir sobrevivência da espécie
Por Vinícius Leal, do Idelflor-Bio, via Agência Pará | De Belém (PA)
Desde 13 de janeiro, data de aniversário de Belém (408 completados em 2024), a capital paranaense conta com um novo grupo de ararajubas (Guaruba guarouba) em seu ecossistema.
Foi realizada naquela data soltura de dez indivíduos da espécie no Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna.
A ação integra o Projeto de Reintrodução e Monitoramento de Ararajubas na Região Metropolitana de Belém, conduzido pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), órgão público estadual, em parceria com a Fundação Lymington.
Em oito anos, já foram devolvidas mais de 50 ararajubas aos céus da região.
A expectativa é que, até 2025, outras 100 sejam reintegradas à natureza.
Vale lembrar que, até pouco tempo, a espécie era considerada por instituições de pesquisa uma ave extinta nos arredores de Belém.
Antes da soltura, as ararajubas passam por um treinamento diário com biólogos, médicos veterinários e demais especialistas durante cinco a seis meses.
O objetivo desse treinamento é ensiná-las a voar, se alimentar com frutos nativos e a reconhecer possíveis predadores.
Dessa forma, elas estarão preparadas para enfrentar os desafios do ambiente natural.
CURIOSIDADES
A ararajuba, ave endêmica do bioma amazônico e com maior distribuição em território paraense, possui curiosidades interessantes.
Seu nome tem origem tupi-guarani e significa “papagaio amarelo”.
Quando jovens, apresentam mesclas de penas esverdeadas em sua coloração dorsal.
Sua plumagem verde e amarela simboliza as cores da bandeira do Brasil.
VOCALIZAÇÃO
Outra característica bastante evidente é a sua vocalização, devido ao som alto emitido que ecoa por longas distâncias.
É uma ave que se alimenta de frutos típicos da região amazônica, como açaí, muruci e ajiru. Quando os filhotes nascem, o grupo conta com um “ajudante de ninho” para auxiliar nos cuidados parentais.
Cada ninhada possui de dois a três ovos, e a espécie vive em bandos de sete a 20 indivíduos.
As ararajubas são territorialistas e defendem seu grupo em um espaço determinado.
Seu bico curvo é adaptado para quebrar sementes.
Um dos locais mais comum de se encontrá-las é no Parque Estadual do Utinga, mas também é possível avistá-las em diferentes pontos da cidade, especialmente nas bordas de áreas verdes.
Imagem em destaque | Aves do Projeto de Reintrodução e Monitoramento de Ararajubas na Região Metropolitana de Belém. Foto: Ideflor-Bio
- RELEMBRE | Em 2019, o resgate de mutuns-de-alagoas e 50 ararinhas-azuis, na Caatinga
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2 comentários sobre "Ararajubas voltam a colorir Belém"