Evento vai de 30 de julho a 1º de agosto, em Brasília, e pode ser acompanhado ao vivo pela internet; confira programação
Por Wagner de Alcântara Aragão ( @waasantista ), com informações de Gilberto Costa, repórter da Agência Brasil | De Curitiba (PR) e Brasília (DF)
A política macroeconômica brasileira, conduzida pelo Banco Central, e que impõe altas taxas de juros ao Brasil é um entrave à reindustrialização e à neoindustrialização do país.
Essa é uma das premissas da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), que ocorre em Brasília, entre os dias 30 de julho e 1º de agosto.
Quem não está na capital federal pode acompanhar a transmissão do evento pela internet, pelo youtube (acesse aqui).
Propostas para reindustrialização e neoindustrialização do Brasil estarão em pauta. Já foram debatidas em 13 seminários preparativos à Conferência, organizados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) entre dezembro do ano passado e março deste ano.
Desde os anos 1980, a indústria de transformação tem perdido participação no Produto Interno Bruto (PIB). E, entre 2010 e 2021, tal participação caiu de 13,75% para 11,33%.
JUROS
A 5ª CNCTI tem secretaria geral do físico Sérgio Rezende, que foi ministro de Ciência e Tecnologia nos dois anteriores governos de Lula (2003-2010).
Para ele, sem diminuição da taxa de juros, investimentos em inovação ficam inviabilizados.
“Tanto para as empresas pegarem empréstimo para a expansão, quanto para os empresários investirem mais nas suas empresas”, observa, à Agência Brasil.
Atualmente, o Brasil tem a segunda maior taxa de juros real do mundo.
Está apenas abaixo da Rússia e acima de outros países com grau de desenvolvimento próximo como o México, África do Sul e Colômbia.
Além da reindustrialização e do apoio à inovação nas empresas, a conferência terá outros eixos. São eles “recuperação, expansão e consolidação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação”; “Ciência, Tecnologia e Inovação para programas e projetos estratégicos nacionais”; e “Ciência, Tecnologia e Inovação para o desenvolvimento social.”
Desde meados da década de 1990, a produção científica do Brasil tem avançado ano a ano.
“Mas, entre 2021 e 2022, o país reduziu o número de estudos publicados – de 80.499 artigos publicados para 74.570 textos científicos, queda de 7,4%”, diz texto da Agência Brasil, de Gilberto Costa.
“O país também sofre com a fuga de cérebros que vão trabalhar como pesquisadores no exterior e com o reduzido número de doutores formados – cinco vezes menos doutores do que a média da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).”
Imagem em destaque: conferência Regional Sudeste, em Vila Velha (ES), preparatória à 5ª CNCTI. Foto: divulgação 5CNCTI
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