Mestrando da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que leciona na rede pública de Pernambuco, reúne o que chama de “matemágica”; práticas envolvem baralho, cartelas, imagens e mágicas
Por Josafá Neto, da Rádio UFS | De São Cristóvão (SE)
O uso de truques para ensinar Matemática é uma alternativa para driblar a aprendizagem mecanizada de conceitos da matéria, como aritmética, geometria, lógica e probabilidade.
No mestrado profissional em Matemática na Universidade Federal de Sergipe (UFS), o professor Paulo Sérgio Fontes criou uma coletânea de mágicas matemáticas para facilitar o ensino da disciplina entre professores e estudantes da educação básica.
“Nós professores precisamos buscar caminhos e modelos metodológicos que tragam o aluno para o centro do trabalho pedagógico, ou seja, desenvolver atividades que enfatizem a participação ativa, a colaboração e a resolução de problemas,” afirma Paulo.
AS 17 MÁGICAS
O pesquisador catalogou 17 mágicas que envolvem o uso de baralho, cartelas, imagens e mágicas.
Entre elas, “a idade com o número mágico”, “leitor de mentes”, “truque das 21 cartas”, “cartelas mágicas” e “adivinhação com números”.
Além de fornecer o passo a passo de cada matemágica, a coletânea apresenta a explicação matemática formulada para cada uma delas.
Com isso, a ideia é estimular a compreensão do raciocínio matemático do professor ao ensinar e do aluno ao aprender.
“Entender a percepção dos alunos a respeito das mágicas matemáticas é essencial. O principal objetivo é ajudar o professor a desenvolver um trabalho pedagógico mais dinâmico, flexível e adaptável para atender melhor aos anseios dos alunos”, ressalta.
O orientador da dissertação, Samuel Brito, docente de Matemática na UFS, vê ganhos também para a formação de professores.
“O desafio é incorporar novas metodologias que, por exemplo, não eram utilizadas em sala de aula na minha época de aluno”, observa.
PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES
A pesquisa também avaliou a percepção dos estudantes sobre a ferramenta.
Foram aplicadas três mágicas numa turma do ensino médio de uma escola da rede pública de ensino do interior de Pernambuco, onde Paulo é professor.
“Muitos alunos alegam não gostar da matéria. Por isso, ao trabalhar o conteúdo e mostrar suas diversas aplicações, é possível trabalhar a Matemática como uma ciência que possibilita entender os mistérios e truques lógicos”, acrescenta Paulo Sérgio.