Remo e Paysandu, depois de quase 20 anos, estarão na Série B em 2025. Em Belém, torcedores comemoram, mas querem times competitivos
Por Wagner de Alcântara Aragão (@waasantista), com informações da Revista Cabanos | De Belém (PA)
A rivalidade entre Remo e Paysandu é tão (ou mais) braba quanto a Gre-Nal, Atlético e Cruzeiro, Atletiba, Ba-Vi – para citar algumas mais comentadas.
E, para a próxima temporada, o dérbi terá um ingrediente e tanto.
Depois de 19 anos, um Re-Pa será disputado na Série B do Brasileirão.
Isso mesmo, em 2025 a dupla paraense estará na segunda divisão do nacional. A última participação dos dois juntos tinha sido em 2006.
Estarão duelando por vaga a Série A?
A crônica esportiva local e os torcedores não chegam a apostar tão alto. Mas pressionam sim as diretorias de seus respectivos clubes para que montem equipes competitivas. Nada de entrar em campo apenas para brigar para não cair.
Como foi o caso, em 2024, do Paysandu, que só na 36ª rodada, de um total de 38 da Série B, conseguiu pontuação suficiente para escapar do rebaixamento à C.
Safou-se, e a cobrança – justa – é por reformulações e reforços para o bicolor ano que vem figurar na parte alta da tabela.
Por sua vez, o Remo chegou neste ano ao quadrangular final da Série C, obtendo assim o acesso à B em 2025. O campeonato da terceira divisão terminou em outubro, por isso as férias do time ocorrem em novembro, e em dezembro o elenco se reapresenta.
Ao assegurar subida à Série B, o Remo garante também atividade durante todo o ano de 2025. Para dar conta de um calendário mais extenso, renovações e reforços vêm sendo cogitados.
Há especulações também – uma delas, a contratação de Alexandre Pato. Outros nomes comentados são os de Lucas Lima (emprestado pelo Santos ao Sport) e o de Alef Manga (Coritiba).
A imprensa esportiva do Pará informa que atletas que ainda estão disputando a Série A e a Série B de fato estariam no radar da diretoria do Remo, mas apenas com o término dessas duas competições é que o clube conseguiria partir para negociações.
Para a cultura do futebol brasileiro, Remo e Paysandu protagonizando campeonatos de ponta é muito significativo.
Basta estar em Belém para sentir a importância desses dois clubes.
Cores e símbolos – camisas, bonés, bandeiras, faixas – do Leão e do Papão estão por todos os cantos.
Pessoas de todas as faixas etárias e classes sociais estampam uniforme, adereços, utensílios que expressam o time de coração.
Bicicletas, motos, automóveis, ônibus, caminhões também não raro têm algum elemento a identificar um dos dois clubes paraenses.
Pôster no comércio, peças de artesanato com referências a um e outro ou na oralidade das conversas, a preferência clubística está quase sempre manifesta.
Nesta reta final da temporada 2024, teve remista dividido: em parte, torcendo pela queda do Paysandu à Série C; em parte, querendo a permanência do adversário para o reencontro ano que vem na Série B.
O mesmo do lado dos fiéis bicolores: ao mesmo tempo que se incomodaram com a subida do Remo, estão ansiosos para pelejar com o rival na busca por uma vaga na primeira divisão do Brasileirão.
Em 2006, última temporada em que ambos competiram na Série B, nenhum dos dois subiu. Mas o Remo se deu melhor.
O Paysandu vinha de uma queda da Série A, e emendou outro descenso, para a Série C.
No dérbi, uma vitória para cada lado, curiosamente na casa do adversário: no primeiro turno, Paysandu 2 a 0, em pleno Baenão. No segundo turno, o troco: Remo 3 a 1, na Curuzu. As informações são de matéria do Diário do Pará.
Ainda segundo a mesma fonte, Remo e Paysandu disputaram juntos a Série B em oito ocasiões: 1971, 1989, 1991, 1996, 1999, 2000, 2001 e 2006.
Ao todo, 16 jogos, com cinco vitórias para cada lado e seis empates. Equilíbrio total.
Em entrevista à Revista Cabanos, o narrador Valmir Rodrigues, da TV Cultura do Pará, recorda-se de como a temporada de 2006 era revestida de expectativa.
“[Belém] respirava essa rivalidade (…) Os estádios lotavam. A torcida do Remo, mesmo com o time mal na tabela, fazia sua parte no Mangueirão, e o mesmo acontecia com o Paysandu. A rivalidade era intensa, e os jogos entre eles tinham um clima especial.”
Daqui um ano, em novembro de 2025, Belém será a capital do planeta com a COP 30, a 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima.
Quem sabe, àquela altura, figurará no centro das atenções também pela festa que Remo e Paysandu estarão proporcionando ao futebol.
Imagem em destaque: vista aérea do Mangueirão, estádio público de Belém, em clássico Re-Pa no primeiro semestre deste ano, pelo Paraense. Foto: Agência Pará
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