Do Pará, iniciamos série de matérias sobre preparativos, expectativas e desafios da cidade, na missão de ser em 2025 a capital mundial do meio ambiente – fato que é tema das conversas cotidianas em todos os cantos
Por Wagner de Alcântara Aragão (@waasantista) | De Belém (PA)
Estivemos em Belém nos dias em que a cidade iniciava a contagem regressiva de um ano para a realização da COP 30 – a 30ª Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, a ser realizada de 10 a 21 de novembro de 2025.
A cidade virou um canteiro de obras. Mas não é só por elas que sentimos o quanto a COP 30 está incorporada à rotina e às expectativas da capital do Pará e sua gente.
Nas conversas cotidianas, o tema logo entra em pauta.
No transporte, taxistas e motoristas de aplicativo comentam sobre a necessidade de “aprender inglês” para melhor receber o público estrangeiro. Apostam em fluxo intenso de corridas, tanto para as agendas oficiais como para passeios.
Em uma escola pública de ensino na área compreendida pelos bairros Nazaré e São Braz, uma placa anuncia: ali, curso preparatório para a COP 30.
A tradicional sorveteria paraense Cairu lançou um sabor batizado justamente de COP 30 – mistura cupuaçu, castanha-do-pará e pistache.
Os principais jornais locais dedicam espaço e reportagens especiais sobre os preparativos para o evento.
Atividades culturais, debates, conferências, encontros, mobilizações de movimentos sociais – a impressão é que tudo o que está acontecendo em Belém, e o que vai acontecer até novembro de 2025, gira em torno da COP 30.
Se o tema é único, as perspectivas são múltiplas. Dos anúncios oficiais, dos posicionamentos de autoridades a manifestações populares, os discursos sobre o pré, o durante e o pós-evento são variados.
Das obras, podemos citar duas que impressionam sobremaneira.
Uma, a da construção do Parque da Cidade. Serão ali as reuniões da COP 30, entre as lideranças políticas mundiais. A COP 30 deverá trazer representantes de 190 países.
Terminado o evento, o Parque da Cidade fica como imensa área de meio ambiente, lazer, cultura, entretenimento e eventos para Belém, informa o Governo do Estado.
A outra a se destacar é a do Complexo do Mercado São Braz.
Inclui a restauração do imponente prédio, erguido no início do século XX durante o período áureo da borracha, e a requalificação urbana do entorno. Notícias dão conta de que deve ser reinaugurado em fevereiro. Os comerciantes – há bancas de tudo o que se possa imaginar, de iguarias locais e bugigangas diversas, passando por hortifrútis, refeições, roupas e muita mais – estão instalados provisoriamente em um apertado predinho ao lado, e não veem a hora de retornar ao velho e majestoso mercado.
O icônico Ver-O-Peso passa igualmente por ampla reforma e modernização.
A vizinha Docas, polo gastronômico e de contemplação da paisagem amazônica, está sendo ampliada – é o Porto Futuro.
Mais adiante, o complexo Ver-O-Rio conta agora com o Museu de Arte Urbana de Belém, o Maub, apontado como o maior a céu aberto, do gênero, em toda a América Latina.
Dois parques lineares, em implantação em rios canalizados margeados por avenidas, devem ampliar significativamente a área verde na malha urbana da capital paraense.
Os investimentos anunciados pelo Governo do Pará chegam a R$ 4 bilhões, que se somam a R$ 1 bilhão de aportes da Prefeitura de Belém.
Esse total de R$ 5 bilhões, além das intervenções já citadas, incluem também obras de drenagem, ampliação do sistema viário, entre outras de menor porte.
Notam-se, nessa missão de se tornar a capital do planeta em 2025, dois desafios que o pacote de obras em curso parece não enfrentar por completo: o da moradia a seu povo e o do transporte de qualidade.
Ambos serão temas de próxima matéria nesta série que a Rede Macuco traz do Pará, sobre a COP 30 em Belém.
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Imagem em destaque: painel anuncia a contagem regressiva para Belém sediar a COP 30 e ser a capital mundial do meio ambiente. Foto: Agência Pará
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