Pesquisador aponta falta de pluralidade na mídia em Moçambique

Professor doutor João Miguel esteve no Brasil, para atividades acadêmicas no Paraná, e ministrou palestra abordando mapeamento, grupos de controle e novas esferas midiáticas no país africano


Por Wagner de Alcântara Aragão (@waasantista) | De Curitiba (PR)

Moçambique é dotada de uma grande quantidade de estações de rádio e televisão, de jornais e sites de notícias.

Mas isso não significa que há diversidade de vozes.

É esse o cenário descrito pelo professor doutor João Miguel, da Universidade Eduardo Mondlane (a mais antiga da nação), sobre a área de comunicação no país.

João Miguel é pesquisador na instituição, e esteve na última semana no Brasil, participando de atividades na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Na UFPR, ministrou em Curitiba a palestra a “A mídia em Moçambique hoje: mapeamento, grupos de controle e novas esferas midiáticas”, como aula inaugural de 2025 dos programas de pós-graduação em Comunicação da UFPR e da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP).

De acordo com João Miguel, apesar da multiplicidade de veículos de comunicação, o que predomina é o alinhamento com o poder político e econômico.

“Quando digo que há multiplicidade, não estou dizendo que há pluralidade”, afirmou.

RELIGIÕES

As principais emissoras de televisão e rádio são públicas – porém, atuam sem independência editorial, limitando-se a difundir essencialmente a versão governamental. De parte dos canais privados, o posicionamento é o mesmo.

O pesquisador falou ainda da presença considerável de organizações religiosas comandando grupos midiáticos. São tanto organizações neopentecostais como católicas.

Entre elas, a TV Miramar, vinculada à Igreja Universal do Reino de Deus, do Brasil, ligada à Record TV. A TV Miramar está entre as três de maior audiência, e as novelas de cunho religioso, da Record, são exibidas com frequência por lá também.

BIG TECHS

Moçambique é igualmente acometida pelo problema da desinformação e fake news difundidas pelas big techs e suas redes sociais. Facebook, whatsapp, instagram e, em menor escala, tiktok, são ferramentas massificadas entre os moçambicanos.

“Nas últimas eleições nacionais [2024], essas mídias foram muito utilizadas”, sublinhou.

Para João Miguel, diante desse protagonismo assumido pelas big techs, o momento é de incertezas quanto ao futuro das comunicações em Moçambique. “Lá ainda não se tem esse debate da regulação como se tem aqui no Brasil”, comparou.

Clique aqui e saiba mais sobre o professor João Miguel.


Imagem em destaque: palestra de João Miguel na UFPR. Foto: divulgação PPGCom/ UFPR



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