Pesquisadores desenvolvem técnica para o diagnóstico de Parkinson por meio da voz

Imagem de mulher idosa ao fundo

Os sintomas vocais são os primeiros a surgirem em cerca de 90% dos casos; pesquisa é da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)


Por Ghenis Carlos Silva (bolsista); edição Sueli de Freitas e Thereza Marinho, da Ufes | De Vitória (ES)

Pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) desenvolveram uma técnica capaz de identificar de forma precoce a doença de Parkinson a partir de sinais de voz.

Usando um banco de dados turco, o sistema adota a otimização metaheurística – modelo de instrução computacional – para fazer seleção de atributos e aplica algoritmos de inteligência artificial (IA) para distinguir os sinais de voz de uma pessoa saudável e de uma pessoa com Parkinson.

O estudo é vinculado ao mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Ufes (PPGEE) e orientado pelo professor Patrick Ciarelli.

SINTOMAS VOCAIS

O pesquisador explica que os sintomas motores do Parkinson, como tremor em repouso, lentidão nos movimentos, demência e outros mais comuns costumam surgir em estágios mais avançados da doença. Por outro lado, os sintomas vocais são os primeiros a surgirem em cerca de 90% dos casos.

“Assim, ferramentas de auxílio ao diagnóstico baseadas em sinais de voz podem permitir a identificação precoce da doença, indicando ao médico a presença do Parkinson em estágios iniciais, antes do surgimento dos sintomas motores. Além disso, podem auxiliar no acompanhamento remoto da doença, evitando visitas clínicas de pacientes cuja locomoção já esteja comprometida”, detalha Garcez.

Os resultados alcançados foram surpreendentes, superando alguns trabalhos relevantes da literatura recente.

Foram identificados os atributos extraídos do processamento de sinais de voz que são mais relevantes para a identificação da doença, contribuindo para a compreensão dos parâmetros vocais mais afetados.

PRÓXIMO PASSO

O próximo passo do pesquisador é desenvolver um banco de dados brasileiro, de preferência regional, para investigar a identificação da doença de Parkinson a partir de vozes de nativos de língua portuguesa, tornando-o disponível publicamente para o fomento da pesquisa em nível mundial.

“Isso permitirá também investigar a importância das especificidades da língua falada para a identificação do Parkinson a partir de sinais de voz e de fala. Tal tarefa será desenvolvida em projeto de doutorado”, declara.

É durante o doutorado também que a fase de testes com seres humanos pretende ser iniciada, após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Ufes.

“Temos um acordo com uma neurologista pesquisadora do ambulatório da Ufes em Maruípe [em Vitória], ela vai nos possibilitar acesso a pacientes com Parkinson”, afirma Garcez.

A pesquisa é vinculada ao Laboratório de Computação e Sistemas Neurais (LabCisne) da Ufes e recebe financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).


Imagem em destaque: foto ilustrativa, por Marcelo Camargo/ Agência Brasil

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