Teste de veracidade por enquanto está sendo aplicado em contas no twitter. Confira como fazer e o que os resultados indicam
Por Rodrigo Gomes, da Rede Brasil Atual | De São Paulo (SP)
Em julho, o Instituto InternetLab revelou que cerca de 400 mil seguidores do candidato à Presidência da República e líder nas pesquisas de intenção de voto Jair Bolsonaro (PSL) – um terço do total – não são pessoas reais, mas perfis robôs (bots) utilizados para aumentar artificialmente o alcance de postagens e interações nas redes sociais. Esses perfis falsos promovem determinados conteúdos ou posicionamentos, influenciando diretamente o debate político nas redes.
Para combater essa anomalia e revelar se um perfil é real ou fake, o Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS Rio) e o Instituto Equidade & Tecnologia criaram o PegaBot.
A ferramenta consiste em um programa de computador que analisa as postagens e interações feitas por um perfil, com o objetivo de identificar se é uma pessoa ou um robô que está gerindo a conta. “Estes bots têm como objetivo espalhar mentiras para influenciar narrativas, um fenômeno que desde 2014 vem ganhando escala global. Esses bots estão por aí e quase ninguém sabe como eles funcionam, quem os desenvolve e por quem são financiados. Para ajudar a combater esse problema, lançamos o PegaBot, uma ferramenta que traz mais transparência para o uso dos bots no Brasil”, descrevem as organizações.
POR ENQUANTO, NO TWITTER
Por enquanto, o sistema só funciona no twitter. Para utilizar a ferramenta, basta copiar o nome que segue a “@” e colar na busca da plataforma.
[Por exemplo, o perfil da Rede Macuco na rede social é @redemacuco. Insere-se apenas o “redemacuco”].
O resultado da pesquisa do Pegabot é uma escala que vai de 0% a 100% de chance de aquele perfil ser um robô. Quanto mais alto o número, mais propenso a ser um bot.
O resultado é ainda classificado em cinco gradações de cores, em três zonas: verde, amarela e roxa. Perfis na zona verde dificilmente são robôs; na zona amarela, há grandes chances; na zona roxa, a constatação é de que são perfis fakes.
Após a constatação, o usuário pode denunciar a conta falsa.
[No teste feito para o perfil @redemacuco o índice foi 13%; nas três gradações de cores, ficamos na primeira da zona verde, isto é, confirmando que somos uma conta real].
CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA
O levantamento do InternetLab concluiu que, em média, 37% dos perfis que seguem os candidatos à presidência no twitter são robôs.
O candidato à Presidência com o maior número de seguidores robôs é o senador Álvaro Dias (Pode): 60% dos 400 mil seguidores dele não são pessoas reais.
O candidato com menor percentual de fakes é Guilherme Boulos (Psol), com 14%. Geraldo Alckmin (PSDB) tem 45,8% de seguidores falsos. A candidata da Rede, Marina Silva, tem 36%; Ciro Gomes (PDT), 32%; Luiz Inácio Lula da Silva – que era o candidato do PT quando a análise foi feita – tinha 22%; e João Amoêdo (Novo), 21%.
De acordo com o instituto, é comum que bots sigam e interajam com políticos nas redes por conta da popularidade deles, já que os robôs são programados para ter comportamento semelhante ao de pessoas reais. Porém, quantidades significativas de perfis falsos seguindo candidatos podem indicar a compra de robôs com o objetivo de inflar a reputação nas redes sociais, algo proibido tanto pela legislação como pelas regras de uso do twitter.
Imagem em destaque: reprodução da tela com o teste feito para a @redemacuco
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