Sem estoque. Por G.O.Aragão

O que a direita conseguiu construir em liderança, se não a pior das caricaturas políticas, depois de naufragar na aposta a ambiciosos desmedidos

SEM ESTOQUE
Por Geraldo Oliveira Aragão | Do Rio de Janeiro (RJ)

A política brasileira, especialmente a direita, foi muito negligente na formação de quadros que pudessem caminhar progressivamente no sentido de construir uma Nação soberana.

As forças sociais emergentes, pós ditadura militar instalada em 1964, souberam sintetizar suas demandas, pasmando-as na Constituição Federal de 1988, hoje totalmente desfigurada naquilo que seria Cidadã, os artigos mais avançados no sentido de resguardar direitos dos seus cidadãos e a soberania Nacional, tão sonhada e iniciada por Getúlio Vargas, sequer foram regulamentados.

A direita, repito, insatisfeita com os avanços sociais oriundos da participação popular, organizada nas suas instituições sindicais, associações de moradores, ligas campesinas etc, conseguiu introduzir a possibilidade de plebiscito visando virar o jogo de sistema presidencialista, que tem sido a tradição Brasileira, para parlamentarismos, embora experimentado casuisticamente, para tirar o poder de Jango, mas malogrou, daí partiram para o golpe com o beneplácito dos Estados Unidos.

O vácuo foi tão grande que, apesar da arrogância e desprezo pelas classes fora dos seus círculos, teve que, penso que constrangidamente, se apoiar em lideranças populares antes detestadas.

A conspiração teria que ser contínua até forjar alguém que lhe desse orgulho de ter um presidente pra chamar de seu, mas as fichas foram postas em caricaturas como Aécio Neves e Sergio Cabral Filho, que naufragaram precocemente no pantanal das ambições desmedidas.

O que restou como opção (da direita)? Poderia parar aqui mas é necessário lembrar que a pior das caricaturas políticas ascendeu ao planalto, para vexame de todos os Brasileiros não alinhados com a política entreguista.

Imagem em destaque: ato #EleNão, em Santos, em outubro último, contra a ascensão do caricato de direita


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