XXIV Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba rechaça bloqueio econômico e base estadunidense em Guantánamo, e defende conquistas sociais
Por Wagner de Alcântara Aragão (@waasantista) | De Santos (SP)
Santos, junho de 2019. Entre os dias 20 e 22, quase seis centenas de brasileiros, representando o pensamento e os anseios de milhões de outros, vindos de todas as partes do Brasil, participaram da XXIV Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, evento promovido pela Associação Cultural José Martí da Baixada Santista, no Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista.
Justamente quando se completam 60 anos da Revolução Cubana, o manifesto final da Convenção – a Carta de Santos – reitera a inspiração dos movimentos populares nos ideais revolucionários do povo irmão.
Mais do que isso: renova a disposição para, diante de uma conjuntura nacional, continental e global desfavorável e caótica, seguir lutando em defesa de Cuba e em busca de um Brasil e uma América Latina mais justos e fraternos – mais humanos, portanto.
Foram três dias de muitos debates, muitas manifestações artísticas e culturais, muita alimentação saudável oferecida pelos agricultores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), muito intercâmbio de impressões e perspectivas. Algumas divergências de pontos de vista foram manifestas também, as quais serviram para reforçar o entendimento de que é preciso buscar certa unidade do campo progressista, quando do enfrentamento do adversário comum – o capitalismo e o imperialismo.
De veteranos incansáveis como o militante Aníbal Ortega, que preside a José Martí na Baixada Santista, às crianças que participaram da “Convençãozinha” – atividades lúdicas para os pequenos e pequenas -, a XXIV Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba reuniu gente com ganas de conhecer mais e mais da experiência exitosa da Revolução Cubana.
Da imagem de Leonel Brizola estampada em uma das várias faixas de saudação a Cuba e seu povo ao banner das Promotoras Legais Populares de Santos, os mais diferentes movimentos, de pelo 15 estados brasileiros, de alguma forma expuseram sua solidariedade à luta dos cubanos.
Os participantes vindos do país irmão, aliás, agradeceram as manifestações de apoio recebidas.
Comprometeram-se a levar a Cuba e a transmitir ao povo cubano imagens e falas expressas nos três dias de encontro. “Vamos fazer com que isso que vocês estão manifestando aqui seja apresentado em Cuba, para que o povo cubano saiba cada vez mais da solidariedade dos brasileiros”, afirmou o representante da Embaixada de Cuba no Brasil, Rolando Gomez.
Demonstração de como a Revolução Cubana desperta curiosidade foi a audiência alcançada pelas mesas-redondas com a participação de representantes de Cuba. Além da presença significativa de público no auditório, um sem número de perguntas foram dirigidas aos cubanos, sobre educação, saúde, mídia e cidadania.
A deputada Yenisey Cruz Carreno, representante da juventude comunista, por exemplo, foi uma das mais requisitadas para expor minúcias da sociedade em Cuba. Deu entrevistas à imprensa local e aos meios alternativos, e foi perguntada pelo público em geral sobre atuação dos negros, jovens, mulheres e comunidade LGBT na vida política e social do país.
“[O imperialismo e os meios hegemônicos] nos acusam de violação dos direitos humanos. Mas em Cuba quase 100% das crianças estão na escola. Há saúde de qualidade para todo o povo. Nos acusam de não sermos uma democracia, mas nossa nova Constituição [aprovada pela Assembleia Nacional em 2018] foi discutida em escolas, bairros, nos municípios. Temos uma democracia participativa, e não [apenas] representativa. Dos parlamentares, 54% são mulheres, 40% são negros e 10% são jovens. E o governo reconhece e busca garantir os direitos da comunidade LGBT”, disse, em síntese, a deputada.
A defesa de todas essas conquistas, o rechaço veemente ao bloqueio econômico imposto desde 1960 pelos Estados Unidos, o qual traz dificuldades imensuráveis ao povo cubano, e a exigência do fechamento da base militar mantida pelo governo estadunidense em Guantánamo (ao sul da ilha de Cuba) estão no texto da Carta de Santos, lida no encerramento do evento.
Foi comunicado também que a próxima sede da Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba será em João Pessoa (PB), em 2021 – será a 25ª edição do evento.
Imagem em destaque: mesa com a deputada Yenisey Cruz Carreno. Por @waasantista
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