Pico da Neblina será reaberto para visitação

Turismo comunitário em área indígena no ponto mais alto do Brasil é fruto de parceria entre os povos locais, poder público e organizações não governamentais.


Da Comunicação ICMBio, com informações da jornalista voluntária Ana Amélia Gontijo Hamdan | Da Comunidade Maturacá (AM)

Com todas as autorizações necessárias, os indígenas se preparam para assumir a gestão de um programa de turismo no Pico da Neblina (ou Yaripo – como o local é chamado pelos povos Yanomamis), na Amazônia.

Nos dias 15 e 16 de novembro último, lideranças e representantes do povo Yanomami participaram, na Comunidade de Maturacá, na Terra Indígena Yanomami, de uma assembleia para definir a reabertura do local à visitação.

A previsão é de que essa reabertura ocorra em março de 2020.

A reunião foi promovida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto Socioambiental (ISA) e Associação Yanomami do Rio Cauaburis e Afluentes (Ayrca), que atua em conjunto com a Associação de Mulheres Yanomami Kumirayoma (AMY Kumirayoma).

No caso do Pico da Neblina, por ser unidade de conservação e território indígena, há dupla proteção e afetação.

Assim, as operações devem levar em conta a legislação do ICMBio e da Funai, além da autonomia dos povos indígenas.

A gestora do Parque Nacional Pico da Neblina, Luciana Uehara, ressalta que o projeto é inovador, reduz conflitos, promove a geração de renda sustentável e a melhoria da qualidade de vida da população Yanomami.

Com as autorizações necessárias para a atividade turística já concedidas, os próximos passos são análise jurídica do credenciamento de operadoras que vão atuar em parceria com os Yanomamis.

A responsabilidade da gestão do turismo é da Ayrca, que terá apoio dos órgãos públicos e do ISA.

Porém, o credenciamento será feito pelo ICMBio, que analisará toda a documentação das empresas, dando segurança jurídica às ações.

HISTÓRICO

O processo para reabertura do Pico da Neblina à visitação turística, o ponto mais alto do Brasil, durou cerca de cinco anos.

Os trabalhos foram cercados de cuidados porque a área tem dupla afetação, ou seja, é unidade de conservação ambiental e território indígena Yanomami. Dessa forma, todas as discussões envolveram o alinhamento da legislação do ICMBio e Funai, com apoio e consultoria do ISA. Uma das preocupações foi garantir a autonomia dos indígenas.

Luciana Uehara destaca que a reunião ocorrida em novembro em Maturacá foi resultado de um processo que teve início em 2014, com diversas ações para construir o projeto de visitação.

O Parque está fechado desde 2003, por recomendação do Ministério Público Federal, devido ao desordenamento da exploração turística que estava gerando violação dos direitos indígenas, conflito com turistas e impactos ao meio ambiente.


Imagem em destaque: o Pico da Neblina. Reprodução TV Brasil


GOSTOU DO MACUCO?
Ajude a gente a se manter e a continuar produzindo conteúdo útil. Você pode:
  • Ser um assinante colaborador, depositando qualquer quantia, com a frequência que for melhor pra você. Nossa conta: Caixa – Agência 1525 Op. 001 Conta Corrente 000022107 (Wagner de Alcântara Aragão, mantenedor da Rede Macuco; CPF 257.618.408-12)
  • Ser um anunciante, para expor seu produto, ou serviço que você oferece. A gente faz plano adequado à sua condição financeira, baratinho. Entre em contato pelo whatsapp 13-92000-2399
  • Para mais informações sobre qualquer uma das opções, ou se quiser colaborar de outra forma, escreva pra gente: redemacuco@protonmail.com

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

5 + 1 =