Acompanhamos a Feira da Reforma Agrária, do MST, e trazemos vídeos, fotos e depoimentos que deixam evidente a importância de o país enfrentar o latifúndio e a monocultura para, de fato, se desenvolver
Por Wagner de Alcântara Aragão e Lindrielli Rocha, de São Paulo
Maria de Lourdes, a Lurdinha, do Piauí; Marta Rodrigues, do Ceará; e José Ueldo Gomes da Silva, do Pará. São três entre tantos agricultores familiares, que atuam em assentamentos ou acampamentos rurais, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que participaram da II Feira Nacional da Reforma Agrária, promovida pelo MST no Parque da Água Branca, em São Paulo, de 4 a 7 de maio.
As histórias dos três, retrato da história de todos os outros, motivam personalidades como a atriz Letícia Sabatella, a filósofa Djamila Ribeiro e culinarista Bela Gil a fazerem coro à defesa da reforma agrária, à luta contra o latifúndio e contra a monocultura do agronegócio.
Letícia Sabatella e Bela Gil participaram da conferência “Alimentação Saudável”, ocorrida na manhã de sábado, dia 6, como parte da programação da Feira. Ao lado delas, o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, uma das maiores lideranças políticas mundiais no campo da esquerda; o líder do MST, João Pedro Stédile; o médico e ex- ministro da Saúde, Alexandre Padilha; e o ator Sérgio Mamberti.
Depois da conferência, Letícia e Bela Gil conversaram com a Rede Macuco.
Letícia Sabatella (nota da redação: por problemas técnicos, o vídeo com a entrevista não foi salvo) relacionou a necessidade da reforma agrária como condição para que se ponha na mesa do brasileiro comida, de fato, saudável. A atriz enalteceu a luta do MST, sintetizada naquela conferência na Feira da Reforma Agrária. Letícia Sabatella considerou a discussão bastante rica. Milhares de pessoas acompanharam a conferência in loco, e outras milhares pela internet, ao vivo.
Bela Gil também foi enfática na defesa da luta pela redistribuição das terras entre os trabalhadores rurais:
Já a filósofa Djamila Ribeiro visitou a II Feira Nacional da Reforma Agrária na tarde do mesmo sábado. Depois da visita, ela conversou com a Rede Macuco e, como Letícia e Bela Gil, frisou a urgência de o país fazer a reforma agrária:
Também à tarde, o agricultor José Ueldo Gomes da Silva, do assentamento Jesus de Nazaré, em Santa Izabel (PA), região de Belém, estava entusiasmado com a movimentação na Feira da Reforma Agrária. Apresentava, com orgulho, os produtos típicos do Estado de origem. Ao lado de companheiras e companheiros do assentamento, enfatizou o espírito de cooperação que norteia a agricultura familiar. “A gente é praticamente uma família só.”
Bem mais cedo, início da manhã, Marta Rodrigues, a trabalhadora sem terra do Ceará, convidava os primeiros visitantes da Feira a conhecerem sua arte. “A gente é de um acampamento na BR 304, km 16, município Beberibe. O povo da região apoia a gente e doa palha pra gente fazer artesanato e ter um meio de sobreviver”, explicou ela, que contou que as 20 famílias acampadas pleiteiam ocupar uma área improdutiva de 5 mil hectares. No vídeo, a trabalhadora manda um feliz aniversário para a filha, Thayssa, de 14 anos, que não pode viajar a São Paulo:
Já a piauiense Lurdinha orgulha-se de, na região, ter sido pioneira na produção de uvas. E ressalta outros produtos frutos do trabalho do assentamento do qual faz parte:
A Rede Macuco preparou um álbum de fotos com imagens da II Feira Nacional da Reforma Agrária. Clique sobre a foto abaixo para acessar o álbum:
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