Bioma tem ampla capacidade de estocar carbono, combatendo aquecimento global, além de outras contribuições. Confira
Por Lidia Neves, da Ufes | De Aracruz (ES)
Um artigo publicado na revista ‘Journal of Environmental Management’ estimou o potencial de estoque de carbono nos manguezais brasileiros, que correspondem a 5% do total global guardado nesse ecossistema.
Os mangues têm despertado grande interesse por sua ampla capacidade de estocar carbono: no Brasil, conseguem guardar 520 milhões de toneladas.
Quando se comparam áreas de tamanho equivalente, os manguezais brasileiros têm o dobro da capacidade de estoque da floresta Amazônia e dez vezes mais que a Caatinga e o Cerrado.
Com isso, o estoque de carbono do Brasil é duas vezes maior do que o estimado anteriormente e o país tem 5% do total armazenado no planeta Terra.
O Brasil é o país que tem a maior extensão contínua de manguezais no mundo, na região Norte, e é o segundo em relação à área total coberta por esse ecossistema, que normalmente se desenvolve na foz de rios, entre a terra e a água, em encontro de águas doce e salgada.
Ao longo da costa brasileira, existem cerca de 940 mil hectares de manguezais.
Infelizmente essas florestas são historicamente impactadas por desmatamentos e lançamento de esgotos, agora os eventos climáticos extremos são mais um problema atuando sobre elas.
VIDAS
Cada área de manguezal perdida impacta a vida de diversos animais, como caranguejos, camarões, siris, cavalos-marinhos e peixes, entre eles robalos e tainhas, que se reproduzem nesses locais.
O mangue também contribui para o ecossistema não só pelo enterramento de carbono, mas também pela proteção costeira contra tempestades e filtragem de água, entre outros aspectos.
RIO PIRAQUÊ-AÇU-MIRIM
O estudo, que é parte do doutorado de Luiz Eduardo Gomes no Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal da Universidade Federal do Espírito Santos (Ufes), também analisou a perda de estoque de carbono causada por eventos climáticos extremos no manguezal do estuário do rio Piraquê-Açu-Mirim, localizado no município capixaba de Aracruz.
A região teve 30% de sua área impactada por uma forte seca ocorrida entre 2014 e 2017, motivada pelo aquecimento global.
Com isso, perdeu cerca de 20% do carbono sequestrado nos solos em um período de dois anos.
Esse estuário possui 1.851 toneladas de carbono por hectare, o maior índice do Brasil.
PESQUISADORES
Além de Luiz Gomes e seu orientador, o professor Angelo Bernardino, o artigo conta com a participação de coautores da Universidade Federal Fluminense (UFF), da Universidade de São Paulo (USP), da School of Environment, Science and Engineering (na Austrália), da Oregon State University (nos Estados Unidos) e da Ufes. A pesquisa foi financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela National Geographic (NGS).
Para ler o artigo na íntegra, clique aqui.
Imagem em destaque: mangue na região de São Caetano e Colares, no Pará. Foto: Rodolfo Oliveira/Agência Pará/Fotos Públicas
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