Pais e filhos por adoção compartilham suas histórias

É o tema de uma edição do Radinho BdF, do Brasil de Fato, com muita informação sobre o tema, ao som de músicas que falam sobre lar, família e acolhimento


Por Sarah Fernandes, do Brasil de Fato | De São Paulo (SP)

Como é a sua família? Elas têm composições bem diferentes: uma mãe e um pai, duas mães, dois pais ou apenas um deles.

As vezes é uma tia ou uma avó quem cuida da criança.

Mas uma coisa todas elas têm em comum: o desejo de estar perto e cuidar umas com as outras.

Por isso, no Brasil, todas as crianças têm direito a ter uma família e a conviver e ser educada por ela.

ADOÇÃO

Mas nem sempre a mãe que ficou grávida do bebê e o pai querem ou podem ficar com a criança ao nascer.

Quando isso acontece, o Estado procura outros adultos dispostos a cuidar daquele menino ou menina.

E aí uma nova família se forma e eles começam a encontrar coisas que gostam de fazer juntos e a escrever sua própria história. E são elas que recheiam uma edição do Radinho BdF.

“Uma das primeiras coisas que meus pais me ensinaram quando me levaram para casa foi a nadar”, conta o menino Bernardo, que tem 10 anos.

Ele continua: “No meu primeiro dia eu lembrei que meus pais foram me buscar e eu dei um pulo de alegria em cima deles! Aí eu entrei no carro e meu dindo me um presente. Logo que eu chegue, nossa cachorrinha veio correndo para me receber. Depois nós fomos na piscina e eu fiquei com medo aí meus pais me ensinaram a nadar e hoje seu muito bom nisso.”

ABRIGOS

Antes do Bernardo encontrar seus pais e o restante da família, ele viveu em um abrigo: uma casa de acolhimento onde as crianças ficam para serem cuidadas até o momento da adoção.

Pela lei brasileira elas deveriam ficar nos abrigos no máximo por 18 meses, porém na prática esse tempo pode demorar muito mais. O Bernardo, por exemplo, chegou no abrigo com 4 anos e só foi para a família dele com 7.

ESPERA

Atualmente, 3.751 crianças e adolescentes esperam pela adoção no Brasil, segundo Conselho Nacional de Justiça.

Do outro lado, 33.046 adultos esperaram para adotar uma criança.

A diferença é tão grande que porque quase 70% das crianças disponíveis para adoção tem mais de 8 anos de idade e a a maioria das pessoas que querem adotar desejam crianças pequenas, menores de 5 anos, e principalmente bebês. Por isso a conta não fecha.

“A adoção é quando você olha pra si mesmo e vê uma pessoa sozinha, desamparada e fraca, até quem vem alguém olha você de um jeito diferente. Isso faz você também se olhar de um jeito diferente, como uma pessoa forte, acolhida e amada”, conta Bernardo.

PROCESSO DE ADOÇÃO

Quando um adulto decide ter um filho por via da adoção, o primeiro passo é procurar a Vara da Infância e da Juventude da cidade onde mora, instituição responsável por fazer o cadastro da pessoa e dar as primeiras orientações.

A partir daí começa um caminho que pode ser longo e bastante burocrático. A principal queixa de quem está nesta espera é a demora e as burocracias enfrentadas.

Por isso, o promotor de Justiça Sávio Bitencourt criou, junto com sua companheira, o Instituto Quintal de Ana, um espaço para acompanhar e acolher as famílias que estão esperando um filho ou uma filha através da adoção.

“O sistema jurídico é lento para reconhecer a necessidade de tirar criança da família biológica e encaminhar para a adotiva. Quanto mais rápido a gente fizer isso, menos a criança fica vulnerável”, diz.

Ele acrescenta: “Nós estamos lutando para que esse tempo encurte e a Justiça reconheça com mais agilidade quando a família de origem pode ou não ser recuperada. As vezes essas pessoas não tem condições de criar com responsabilidade e precisamos definir isso de forma mais rápida”.

VITROLINHA DA RÁDIO

A criançada já pode começar a dançar ao som de “Família”, dos Titãs, “A Casa é Sua”, do Arnaldo Antunes, “Família”, da Rita Rameh e do Luiz Waack e “Amor de Adoção”, do Mundo Bita e do Milton Nascimento, que também é um filho via adoção.

Na hora da história, as crianças conhecem “Filho é Filho”, de Mari Muradas, lido pela própria autora, que também é filha por adoção.


Clique sobre a imagem acima para acessar o Radinho BdF.


Imagem em destaque: desenho ilustrativo. Divulgação Brasil de Fato




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