Em floresta urbana de Belém, estudantes dão aula de ecologia

Alunos do ensino médio integrado ao técnico explicam a crianças do ensino fundamental sobre espécies nativas


Por Amanda Cardoso, da Agência Belém | De Belém (PA)

Estudantes do terceiro ano do ensino médio integrado ao curso de Técnico em Meio Ambiente, de uma instituição municipal de Belém (a Fundação Escola Bosque, a Funbosque), tiveram no Dia da Floresta (24 de março) uma atividade especial.

Na ocasião, eles promoveram uma verdadeira aula a crianças do Centro Educacional Santa Terezinha, que fizeram uma visita à Funbosque.

A atividade serviu como prática de estágio curricular no projetos Agente e Monitores Ambientais.

A aula foi no fragmento de floresta urbana existente na Funbosque.

Lá, existem duas das espécies arbóreas, atualmente, ameaçadas de extinção no Brasil, sendo que uma delas é registrada com apenas um único indivíduo na Instituição, o que torna sua conservação ainda mais fundamental.

PRESERVAÇÃO

Os estudantes destacaram a importância de preservação dessas espécies e fixaram placas nos dois indivíduos das espécies ameaçadas, com o intuito de aguçar a curiosidade das pessoas que transitam por perto das árvores, bem como destacar a importância da conservação das espécies da flora.

“Na Funbosque, há uma única árvore de Maçaranduba, que está localizada perto do auditório da escola. O exemplar tem mais de 20 anos. Já a árvore de Ucuuba, cujo nome que vem do tupi e significa ‘árvore da manteiga’ ou ‘Virola’, pode ser encontrada em vários espaços da Fundação. Ela é muito explorada ilegalmente no Pará e atualmente já não restam tantas, por isso passou a ser protegida por lei”, explicou o aluno Laércio Rodrigues .

FLORES

De acordo com o estudante, a espécie tem árvores com flores masculinas e árvores com flores femininas.

“Os insetos trazem da árvore masculina o grão de pólen para as femininas produzirem as sementes. Essas sementes possuem uma gordura muito boa, para produzir sabonetes e cremes, e é muito utilizada nas empresas de cosméticos ”, esclarece Laércio.

ABELHAS NATIVAS

Durante a programação, os visitantes conheceram o Meliponário Pedagógico da Escola Bosque, no Casarão da Cultura Amarildo Mattos, onde visitaram a exposição das abelhas nativas sem ferrão, que contou com o apoio do Coletivo de Abelha Nativa.

“Eu amei conhecer a Escola Bosque. Aprendi que as abelhas são muito importantes para as árvores e para o nosso planeta”, contou Adriane Silva, de 8 anos, estudante do 3º ano do fundamental, do Centro Educacional Santa Terezinha.

“Nosso objetivo é formar cidadãos que atuem ativamente na sociedade em que vivem e que sejam agentes e monitores ambientais. E nessa atividade os estagiários têm a possibilidade de praticar e repassar o que eles vêm aprendendo no dia a dia”, destaca a professora Mauren Araújo, pedagoga no projeto.

Ela acrescenta: “Falar sobre a importância da floresta é inter-relacionar tudo: água, floresta e sobre a importância das abelhas no processo de polinização e da produção de alimento no mundo e vice-versa. Sem floresta também não tem abelhas”.


Imagem em destaque: estudante compartilhando conhecimento com as crianças. Foto: Agência Belém




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