Tanto nas unidades básicas como nos Caps, e ainda nos hospitais universitários federais da rede Ebserh, é possível obter atendimento e acompanhamento regular
Da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), via Agência Gov Br | De Brasília (DF)
A dependência em drogas lícitas ou ilícitas é considerada uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e traz males para o indivíduo e para toda a sociedade.
O consumo a longo prazo é associado a mais de 200 problemas de saúde e ainda é fator de risco relevante para violência e acidentes rodoviários.
Qualquer pessoa, em qualquer idade, com algum tipo de dependência química pode procurar atendimento e acompanhamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O tratamento é oferecido em unidades básicas de saúde, nos Centros Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e nas unidades especializadas – como ambulatórios da rede de hospitais universitários federais da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
A médica Maria da Penha Zago Gomes, coordenadora do Ambulatório de Alcoolismo do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, da Universidade Federal do Espírito Santo (Hucam-Ufes), explica que, para o diagnóstico de dependência química ser realizado, é preciso que três ou mais dos seguintes sintomas estejam presentes:
– forte desejo de consumir o álcool ou a droga;
– dificuldade de controlar o início e término do consumo;
– sinais de síndrome de abstinência;
– desenvolvimento de tolerância;
– prazer apenas no uso do álcool ou da droga;
– persistência no uso do álcool ou da droga, a despeito de consequências nocivas.
Maria da Penha alerta para as complicações clí nicas do vício no organismo, que são graves e podem levar à morte:
– cirrose hepática;
– pancreatite crônica;
– miocardiopatia alcoólica;
– polineuropatia periférica;
– demência alcoólica;
– impotência sexual;
– infertilidade;
– neuropatia do nervo óptico (levando a cegueira);
– risco aumentado a neoplasias;
– etc.
“Ademais”, assinala a médica, “pessoas que fazem uso regular de drogas têm mais riscos de desenvolver doenças mentais, como a depressão, os transtornos de ansiedade e até cometer ato suicida”.
SERVIÇO PORTA ABERTA
Em Belo Horizonte, no Ambulatório Bias Forte, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC/UFMG), o serviço é porta aberta, ou seja, não é preciso encaminhamento médico.
O próprio dependente químico ou um familiar podem agendar uma consulta diretamente na secretaria. Os atendimentos ocorrem às segundas-feiras.
O coordenador do Ambulatório, o psiquiatra e pesquisador Frederico Garcia, explica que o tratamento tem várias etapas. “O objetivo é que a pessoa recupere sua liberdade e reconstrua uma vida dentro do que considera bom para si.”
Dessa forma, o tratamento é feito empregando uma avaliação multidisciplinar, “que pode compreender o uso de medicações, psicoterapia e suporte social”.
Além disso, continua o psiquiatra, “algumas pessoas, eventualmente, podem necessitar de uma internação breve para a realização do tratamento de abstinência. A ideia é que todo es s e processo aconteça da forma mais confortável, segura e baseada nas melhores evidências científicas”.
SOBRE A EBSERH
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do SUS ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Para alertar e conscientizar a população, foi instituído o Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, celebrado em todo o país no dia 20 de fevereiro.
Imagem em destaque: Hospital Universitário da Ufes, em Vitória. Foto: divulgação Ebserh
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2 comentários sobre "Dependência química é doença e tem tratamento; SUS oferece"