Brasil vai apoiar qualificação de 38 mil profissionais de saúde de Angola

Por meio da Rede Ebserh, estatal que administra hospitais universitários federais, acordo prevê compartilhamento de expertises em ensino, inovação e assistência para sistema de saúde angolano


Da Agência Gov, via Ministério da Educação | De Brasília (DF)

Os ministérios da Educação (MEC) — por meio da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) —, das Relações Exteriores (MRE) e da Saúde (MS) do Brasil, junto ao Ministério da Saúde da Angola, assinaram, nesta semana (dia 23), o Programa de Formação de Recursos Humanos em Saúde Brasil-Angola.

Coordenado pela Agência Brasileira de Cooperação Internacional do MRE, o programa prevê que, ao todo, 38 mil profissionais angolanos passarão por treinamentos, especializações e capacitações no período de cinco anos.

Mediante cooperações técnicas internacionais, instituições intercambiam boas práticas, inovações e conhecimento em determinadas áreas.

Na saúde, essa soma de esforços pode ser revertida na melhoria da gestão hospitalar e no atendimento ao usuário.

No ensino, na pesquisa e na inovação, docentes, pesquisadores e estudantes têm contato com outras práticas e visões de mundo, por meio de experiências vivenciadas em contextos distintos, mas que podem ser utilizadas em âmbito local.

O presidente da Ebserh, Arthur Chioro, ao representar o ministro de Estado da Educação, Camilo Santana, declarou que a parceria propiciará aperfeiçoar a percepção de uma Ebserh que atua em rede, em cooperação.

“O governo brasileiro tem um olhar importante para cooperações internacionais e, em particular, com os países africanos como a Angola. Essa tarefa foi entendida por todos nós como uma missão para cooperarmos no sentido de compartilhar responsabilidades, de colocá-la em funcionamento. Fico muito feliz de participar de todo um esforço de diversos órgãos brasileiros e angolanos em transformar esse desafio em realidade”, afirmou.

MODALIDADES

Até o momento, já foram ofertadas 3.479 vagas de 27 órgãos e entidades (dos quais 20 são unidades hospitalares vinculadas à Rede Ebserh), para que os participantes possam participar das atividades de qualificação em diversas modalidades, como fellowship, mestrado, doutorado, Master of Business Administration (MBA), capacitações e outras.

Os hospitais da Rede Ebserh compartilharão suas expertises em ensino, inovação e assistência para ajudar o sistema de saúde dos africanos no enfrentamento de doenças infecciosas e epidemias, bem como de emergências sanitárias como a covid-19, o sarampo, a malária e dengue.

INOVAÇÃO

Para a ministra da Saúde do Brasil, Nísia Trindade, essa cooperação internacional possui um caráter inovador.

“Essa iniciativa trará impacto para a Angola, mas também para o Brasil. É um programa que tem como meta formar milhares de profissionais em saúde e tem também o objetivo de estreitar nossa rede de cooperação, estreitar nosso aprendizado comum. Passamos por problemas semelhantes de colonização, de escravização que não podemos esquecer, mas que podemos nos fortalecer com vista a um futuro mais igual, fraterno e solidário. É isso que nos fará povos mais saudáveis, nações amigas e em direção a uma cultura de paz”, salientou.

MINISTRA DA SAÚDE DE ANGOLA

Já a ministra da Saúde da Angola, Sílvia Lutucuta, reforçou a honra e o entusiasmo por celebrar o que ela chamou de momento histórico de cooperação e parceria entre os países.

“Esse momento se configura como de capital importância para o setor da saúde de Angola e do Brasil. É uma oportunidade para reforçar, fortalecer e continuar a trazer o Brasil para mais próximo de Angola, como preconizam os nossos líderes, e assim também reforçarmos a cooperação Sul-Sul. Com uma visão estratégica, desenvolvemos um programa ambicioso para especializar 38 mil profissionais de saúde em diversas áreas em poucos anos”, citou.


Imagem em destaque: foto oficial das autoridades, na assinatura da cooperação. Foto: Ebserh/ divulgação




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